Quem recebe o diagnóstico de Psoríase costuma demorar para entender o que é conviver com uma doença autoimune. Porém, com conhecimento, hábitos saudáveis e um tratamento adequado, é possível ter uma vida normal.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, mais de 2 milhões de brasileiros sofrem com a doença. O número é expressivo e demonstra a importância do estudo mais aprofundado sobre o tema.
Aliás, pesquisas recentes demonstram a eficácia de medicamentos à base de Canabidiol no tratamento — o que fez crescer a procura por cursos de cannabis medicinal.
Enfim, há muito o que se falar sobre o assunto. Médicos, pacientes, familiares e sociedade civil têm muito o que aprender. A seguir, você confere as principais informações sobre a doença e seu tratamento.
O que é Psoríase?
A Psoríase é classificada como uma doença autoimune, de caráter inflamatório e não contagiosa. Sendo assim, há uma reação do sistema imunológico do indivíduo que começa a atacar suas próprias células dermatológicas, gerando lesões em várias partes do corpo.
O mais comum é o desenvolvimento da doença em adultos. No entanto, cerca de 15% dos casos surgem ainda na infância. Apesar de não ser transmissível, a doença causa afastamento social e impacta a qualidade de vida do paciente.
Os tipos de Psoríase
Existem diversos tipos de Psoríase e eles são classificados conforme o local de surgimento das lesões e suas características. É importante conhecê-los, já que isso facilita o diagnóstico e a própria escolha do tratamento.
Abaixo selecionamos alguns exemplos que ajudam a entender o cenário:
- Psoríase Vulgar — representa 90% dos casos, com lesões avermelhadas e escamas esbranquiçadas no couro cabeludo, joelhos e cotovelos;
- Psoríase Invertida — lesões úmidas em áreas com mais transpiração, como axilas, virilha e dobras dos joelhos e cotovelos;
- Psoríase Eritrodérmica — lesões de vários tamanhos, espelhadas por todo o corpo (cerca de 75%);
- Psoríase Ungueal — pequenas depressões e manchas amareladas nas unhas;
- Psoríase Pustulosa — lesões com bolhas com pus, principalmente nos pés e mãos;
- Psoríase palmoplantar — fissuras espalhadas pelas palmas das mãos e solas dos pés.
Qual a causa da Psoríase?
Não há como apontar uma causa para a Psoríase. Isso porque, mesmo com todos os estudos sobre a doença, a ciência ainda não concluiu o que pode desencadear esse ataque do organismo ao seu próprio corpo.
O que já está comprovado é que condições genéticas e imunológicas de cada pessoa vão interferir no surgimento e agravamento do quadro.
Quais os sintomas da Psoríase?
Os sintomas da Psoríase podem variar bastante, já que a doença sofre forte influência de fatores genéticos. No entanto, algumas alterações são mais comuns e ajudam o médico a fechar o diagnóstico. São elas:
- manchas avermelhadas;
- escamas secas, que se soltam facilmente, esbranquiçadas ou prateadas;
- manchas brancas que surgem com a melhora das lesões;
- pele extremamente seca, podendo apresentar rachaduras e sangramento;
- coceira e sensação de queimação no local;
- deformações nas unhas, que podem ficar amareladas e grossas;
- dor;
- articulações inchadas e rígidas, com a possibilidade de deformações.
O que pode piorar esses sintomas?
Como já destacado, não existe causa definida para a Psoríase. Entretanto, a medicina já descobriu que alguns gatilhos e fatores de riscos podem agravar o quadro, como:
- estresse;
- banhos longos e muito quentes;
- excesso de bebidas alcoólicas;
- cigarro;
- obesidade;
- tempo frio;
- infecções bacterianas e virais.
O interessante é que a maioria dessas variáveis podem ser evitadas pelo paciente em seu cotidiano. Com isso, o primeiro ponto para se ter uma maior qualidade de vida e evitar crises é a conscientização sobre o seu papel no tratamento.
Afinal, a Psoríase tem cura?
A Psoríase é uma doença crônica que não tem cura, mas isso não significa que o paciente precisa conviver com o problema em sua forma mais grave por toda vida. Isso porque, já existem tratamentos que garantem uma melhoria expressiva no quadro.
Podemos dizer que as diversas terapias voltadas para o tratamento dessa doença são capazes de controlar os sintomas — em muitos casos, eles são totalmente neutralizados.
Lembrando que, apesar de não existirem maneiras de se evitar a Psoríase, hábitos de vida saudáveis, controle emocional e alguns cuidados são quase sempre suficientes para livrar a pessoa de crises intensas e desagradáveis.
Quais os melhores tratamentos para Psoríase?
Quando falamos em tratamentos para Psoríase, é importante deixar claro que a definição de qual abordagem seguir é sempre feita pelo médico responsável pelo acompanhamento do paciente.
Essa definição precisa ser personalizada, uma vez que as pessoas são diferentes e vários fatores devem ser levados em consideração, como o tipo de lesão, a gravidade da doença, a existência de outras comorbidades e o estilo de vida do paciente.
Assim, com supervisão e prescrição de um dermatologista, é possível recorrer a diversas abordagens terapêuticas. As mais tradicionais são:
- uso de medicamentos corticóides;
- prescrição e de vitamina D;
- uso de ácido salicílico, normalmente em pomada;
- uso de fototerapia;
- prescrição de medicamentos imunossupressores.
Cumpre enfatizar que não existem remédios caseiros com comprovação científica para o tratamento da doença. Por isso, a automedicação e o uso de medicamentos caseiros podem agravar o estado de saúde do indivíduo.
O uso da Cannabis para tratar pacientes com Psoríase
Além dos tratamentos apresentados acima, o uso da Cannabis medicinal vem chamando a atenção de cientistas, médicos e pacientes, em razão de seus ótimos resultados — já devidamente comprovados.
Nos EUA, onde já há regulamentação para o cultivo e uso da planta para fins medicinais, ela já é utilizada por diversos pacientes com Psoríase. As respostas são positivas, especialmente nos casos em que as demais medicações são ineficazes.
Mas como a Cannabis age no organismo? Ela interage com receptores canabinoides que estão localizados na pele. Com isso, consegue reduzir o processo inflamatório, a coceira e até a dor relatada por algumas pessoas.
É importante destacar que não há contraindicações para esse tipo de tratamento, tampouco efeitos colaterais ou risco de dependência. Sendo assim, temos um tratamento inovador e com diversos benefícios.
Com os avanços da legislação brasileira, cada vez mais médicos devem prescrever a Cannabis aos seus pacientes. Muitos já estão importando a medicação, mas é certo que a regulamentação em nosso território a tornará mais acessível.
Conclusão
A Psoríase é uma doença crônica não contagiosa com inúmeras consequências à vida humana. As lesões na pele nem sempre são dolorosas, mas o preconceito e o estigma vivenciado pelos portadores é algo que impacta sua autoestima e relações sociais.
A descoberta de novos tratamentos, como o feito com a Cannabis, é uma esperança a mais para essas pessoas. Agora, elas têm mais uma alternativa para combater os sintomas e levar uma vida normal.
