A criação dos filhos é um desafio constante e requer dos pais e cuidadores atenção, zelo e observação. Alguns comportamentos repetitivos, quando se apresentam em excesso durante o desenvolvimento da criança, precisam de um diagnóstico mais aprofundado.
É comum que uma criança apresente episódios de birra, raiva e comportamentos desafiadores de lidar e acolher.
No entanto, o que aos olhos de alguns pode parecer um tipo de “manha” exagerada, na realidade, pode ser uma doença chamada Transtorno Opositor Desafiante.
O TOD é uma condição mental mais séria, que prejudica o desenvolvimento da criança e seu relacionamento com os amigos, professores e familiares.
Como todo transtorno, o Transtorno Opositor Desafiante apresenta padrões de comportamento, além disso, neste caso, apresenta-se na infância.
Trouxemos informações relevantes para ajudar a elucidar o tema e familiarizar as pessoas com a doença!
O que é o Transtorno Opositor Desafiante
O transtorno é caracterizado pela recorrência e frequência de agressividade, irritação, raiva, desafio, vingança, desobediência, provocação ou ressentimento por parte da criança.
É comum que a criança direcione esses sentimentos aos pais e professores, por exemplo, que desempenham papel de autoridade. Dessa forma, costumam ser mais repreendidas e castigadas.
Crianças diagnosticadas com o transtorno são chamadas de criança opositiva-desafiante e têm as relações interpessoais afetadas de forma negativa.
Além disso, apresentam sinais de remorso e respostas emotivas que surgem do sentimento de frustração.
Como identificar o TOD?
A identificação do TOD precisa de atenção e cuidado. É comum que a criança – em certo momento – apresente uma forma de agir mais desafiadora, ou até faça birra.
Afinal, o desenvolvimento saudável da personalidade conta com esse comportamento opositivo temporário, que como o nome sugere, predomina por algum tempo.
No entanto, o transtorno opositor desafiador pode ser mais do que esses episódios e precisa ser diferenciado.
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Neste caso, existe a predominância de comportamentos de agressividade excessiva, além de apresentar crueldade com as pessoas e animais, destruição de objetos e bens, mentiras, birras constantes e episódios corriqueiros de desobediência.
Causas para desenvolvimento do transtorno
A causa exata para o desenvolvimento do transtorno ainda não foi encontrada. No entanto, existem fatores de influência para o surgimento, que envolve fatores genéticos e cognitivos, além do meio em que a criança é exposta diariamente.
Um ambiente que apresenta condições de violência doméstica, sem atenção dos cuidadores, que apresenta abusos ou demonstra comportamentos agressivos e inconsistentes, tem associação com a ocorrência do transtorno.
Diagnóstico médico
Segundo Luisa Sugaya, psiquiatra da infância e adolescência e doutoranda pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, o diagnóstico médico deve ser feito por um especialista.
Dessa forma, é possível constatar que o menor apresenta os comportamentos citados por um longo período e com intensidade excessiva para a faixa etária, além de estar associado a sofrimento e prejuízo em atividades escolares e práticas esportivas, por exemplo.
Existe tratamento para o TOD?
O tratamento para o TOD envolve mais do que remédios. É uma junção de elementos que oferecem acolhimento e suporte à criança diagnosticada.
Provavelmente o psicólogo fará o diagnóstico, e assim, poderá ser o intermediador do tratamento, providenciando assim o melhor direcionamento para a criança.
Terapia
A terapia é uma ferramenta fundamental para o processo de tratamento, já que ajuda a desvendar a raiz da questão.
Durante o processo, o terapeuta trabalhará formas de transformar a visão de mundo e dos acontecimentos da criança. Dessa forma, os comportamentos que geram bloqueio no desenvolvimento infantil serão amenizados, assim como o sentimento de frustração.
Além da terapia, é importante que exista um treinamento para os cuidadores lidarem melhor com o transtorno. Sendo assim, participar do processo terapêutico e se envolver ativamente no processo é parte essencial.
Medicamentos
Caso a criança seja diagnosticada com algum outro tipo de transtorno, como o Transtorno e Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), ou o Transtorno do espectro autista (TEA), a prescrição médica pode envolver medicamentos.
Ambiente acolhedor e paciência
Vale ressaltar que parte importante do tratamento envolve o meio em que a criança vive. Sendo assim, pais engajados na melhora e disponíveis para dar acolhimento são fatores valiosos.
A criança precisa de regras claras e que os cuidadores busquem ser gentis com o processo, de forma que estabeleçam uma relação de respeito e clareza para que possa – aos poucos – mudar a relação com a figura de autoridade.
Por fim, evitar a comunicação agressiva e relembrar os aspectos positivos do comportamento da criança podem ajudar a trazer a paciência em situações mais delicadas.
Esperamos que essas informações tenham sido válidas para entender melhor o transtorno opositivo desafiador e o que envolve esse universo!